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Pressões externas e economia doméstica em dificuldades significa crescimento mais lento de viagens de negócios no Brasil

Em um relatório divulgado no início desta semana, a Fundação GBTA prevê um crescimento mais lento para os gastos com viagens de negócios no Brasil. A difícil economia doméstica do Brasil e a conturbada economia regional são fatores-chave no significativo rebaixamento da Fundação GBTA para o crescimento dos gastos com viagens de negócios no país.

A GBTA espera um crescimento de 3,6% em 2014 e 4,1% em 2015, abaixo das nossas projeções anteriores de 12,5% e 5,9%. Os gastos totais com viagens de negócios em 2013 também foram revisados para $30,8 bilhões, de nossa estimativa de $31,2 bilhões, uma vez que os gastos com viagens de negócios caíram na última parte do ano, à medida que a economia brasileira enfraquecia.

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A economia do país, impulsionada principalmente pelo consumo, está a perder força para continuar a impulsionar o crescimento, uma vez que as pressões económicas externas e o abrandamento interno estão a forçar um abrandamento no crescimento das viagens de negócios. A incerteza em torno das próximas eleições é outro factor que reduz o crescimento das viagens de negócios a nível local. O crescimento anteriormente esperado em 2014 será empurrado ainda mais para o futuro e agora esperamos que taxas de crescimento mais elevadas sejam retomadas até o final de 2015. Mesmo à luz desta desaceleração do crescimento, a indústria de viagens de negócios do Brasil ultrapassou a Coreia do Sul para se tornar a 7ªº maior mercado do mundo.

Há muita especulação sobre se a Copa do Mundo deu ou não um impulso. Em termos de viagens de negócios e da economia em geral, é muito cedo para dizer. Ao mesmo tempo que trouxe mais de um milhão de visitantes ao Brasil, impulsionando os setores de hotelaria, restauração, varejo, transporte e entretenimento; trouxe também feriados municipais declarados, absentismo dos trabalhadores e uma paralisação virtual em muitos sectores industriais e mineiros.

O Brasil precisa desesperadamente de mais ajuda das exportações se quiser que o crescimento saia da atual crise. É necessário um crescimento mais forte na China, na Europa, na Argentina e nos Estados Unidos – os seus principais parceiros comerciais – sendo a Argentina e a Europa as principais fontes das dificuldades de exportação do Brasil.

Apesar das melhorias na infraestrutura que antecederam a Copa do Mundo, o Fórum Econômico Mundial classificou o Brasil em 114º lugar entre 148 países em qualidade de infraestrutura, caindo sete posições em relação ao ano passado. A capacidade do Brasil de melhorar esta infra-estrutura terá enormes implicações nas viagens de negócios neste mercado nos próximos 10 anos.